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sábado, 23 de abril de 2011

Mensagem de Páscoa

Mensagem de Páscoa:
Um sobre-vivente do campo de concentração de Treblinca conta no seu livro este fato:
Alguns presos receberam, no dia da Páscoa, a licença de ficar conversando, apenas por uma hora, por ser dia da Páscoa. A hora iniciou, mas ninguém queria conversar. Todos continuaram mudos, ninguém se atreveu de dizer uma só palavra.
De repente, um dos homens começou a cantar, bem baixinho, um canto de Páscoa,“Cristo ressuscitou, aleluia”, e, aos poucos, todos os outros, um por um, acompanharam,  baixinho também. Ele escreve: “Parecia como se estivesse se abrindo uma porta. Por uma hora desapareceu toda a angústia, o desespero, o medo. O inferno não era mais o inferno. Nunca mais na minha vida senti uma alegria igual”.

Quem está diante de uma situação de morte ou passa pelo “fundo do poço” ou por uma depressão, facilmente emudece. Não sabe mais dizer uma só palavra, fica como a lesma que se esconde no caracol. A garganta se fecha como se estivesse estrangulada. Não sabemos o que falar diante da situação de morte.
Os Evangelhos nos falam de muitas palavras que os discípulos diziam enquanto estavam na companhia de Jesus vivo. Depois da sua morte suas palavras desaparecem. O luto, o trauma pela morte violenta de Jesus os deixa sem palavra. De que ainda poderiam falar?
Hoje em dia é assim também. Muitos ficam mudos, sem voz: os que vivem na sombra da vida. Os que vivem uma vida sem esperança: os marcados por uma doença incurável, por um casamento sem futuro, opressão, desemprego, abandono, solidão, dependência ... Qualquer grito de protesto parece sem sentido. Entregar os pontos e cair na apatia e resignação parece o mais lógico.
Uma senhora divorciada conta: quando me separei, eu não acreditava no poder da oração, não participava da comunidade, me encontrava numa vida sem sentido, não tive coragem e força para lutar por meu casamento. Hoje eu saberia lutar e enfrentar esta situação de outro jeito e com certeza eu seria vitoriosa.

O homem no barracão de Treblinca acertou a palavra que fez a esperança brotar no coração de todos. Ele abriu a boca e cantou sua esperança, esperança para ele e para todos. E aos poucos todos acompanharam e cantaram e seus corações se transformaram e acreditaram: Cristo é vida, é esperança, ainda existe futuro para nós. A morte não é a última palavra. Deus é vida e Ele está aí, no meio de nós. Ninguém consegue fechar a boca de Deus.
Como seria bom, se cada um de nós pensasse: Eu quero ser esta boca de Deus, eu quero dizer, cantar, gritar esta palavra e testemunhar com minha vida: Cristo ressuscitou e Ele é nossa vida e ressurreição.






Mensagem de Páscoa

Mensagem de Páscoa:
Um sobre-vivente do campo de concentração de Treblinca conta no seu livro este fato:
Alguns presos receberam, no dia da Páscoa, a licença de ficar conversando, apenas por uma hora, por ser dia da Páscoa. A hora iniciou, mas ninguém queria conversar. Todos continuaram mudos, ninguém se atreveu de dizer uma só palavra.
De repente, um dos homens começou a cantar, bem baixinho, um canto de Páscoa,“Cristo ressuscitou, aleluia”, e, aos poucos, todos os outros, um por um, acompanharam,  baixinho também. Ele escreve: “Parecia como se estivesse se abrindo uma porta. Por uma hora desapareceu toda a angústia, o desespero, o medo. O inferno não era mais o inferno. Nunca mais na minha vida senti uma alegria igual”.

Quem está diante de uma situação de morte ou passa pelo “fundo do poço” ou por uma depressão, facilmente emudece. Não sabe mais dizer uma só palavra, fica como a lesma que se esconde no caracol. A garganta se fecha como se estivesse estrangulada. Não sabemos o que falar diante da situação de morte.
Os Evangelhos nos falam de muitas palavras que os discípulos diziam enquanto estavam na companhia de Jesus vivo. Depois da sua morte suas palavras desaparecem. O luto, o trauma pela morte violenta de Jesus os deixa sem palavra. De que ainda poderiam falar?
Hoje em dia é assim também. Muitos ficam mudos, sem voz: os que vivem na sombra da vida. Os que vivem uma vida sem esperança: os marcados por uma doença incurável, por um casamento sem futuro, opressão, desemprego, abandono, solidão, dependência ... Qualquer grito de protesto parece sem sentido. Entregar os pontos e cair na apatia e resignação parece o mais lógico.
Uma senhora divorciada conta: quando me separei, eu não acreditava no poder da oração, não participava da comunidade, me encontrava numa vida sem sentido, não tive coragem e força para lutar por meu casamento. Hoje eu saberia lutar e enfrentar esta situação de outro jeito e com certeza eu seria vitoriosa.

O homem no barracão de Treblinca acertou a palavra que fez a esperança brotar no coração de todos. Ele abriu a boca e cantou sua esperança, esperança para ele e para todos. E aos poucos todos acompanharam e cantaram e seus corações se transformaram e acreditaram: Cristo é vida, é esperança, ainda existe futuro para nós. A morte não é a última palavra. Deus é vida e Ele está aí, no meio de nós. Ninguém consegue fechar a boca de Deus.
Como seria bom, se cada um de nós pensasse: Eu quero ser esta boca de Deus, eu quero dizer, cantar, gritar esta palavra e testemunhar com minha vida: Cristo ressuscitou e Ele é nossa vida e ressurreição.






segunda-feira, 4 de abril de 2011

Santa Missão Popular


Pe. Cristiano em Santa Missão Popular no Bairro da Pedreira, Belém do Pará, Capela Santo Antonio de Pádua.

Tenho certeza de que os jovens, os pobres e até os indígenas (como fico sabendo aqui na paróquia de Redenção) que hoje migram em massa para as igrejas evangélicas não teriam tanta dificuldade de se identificar com nossa Igreja, se soubéssemos ajuda-los a cantar também meses e anos depois das SMP como rezamos hoje (terça feira da primeira semana): “Eu desejo, de toda a minh’ alma, alegrar-me em Deus, Rei dos céus. Bendizei o Senhor, seus eleitos, fazei festa e alegres louvai-o. (Tob 13,7 e 8) e depois no salmo 32: “Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!”

Como fazer isso de modo “sustentável” nas comunidades pobres onde não tem instrumentos, onde ninguém é capaz de segurar o canto com voz afinada e firme? Na história da Igreja houve um tempo em que o órgão era considerado instrumento mundano, inadequado para a liturgia, o órgão eletrônico e o violão e o atabaque foram e estão sendo rejeitados por alguns até hoje, sem falar em outros instrumentos. Mas aos poucos estão sendo aprovados.  Minha esperança é que a tentativa de criar um clima festivo e de envolver o povo com a tecnologia do playback talvez chegue a ser valorizada um dia como instrumento do “canto novo” e de um “louvor sustentável”, quando faltam tocadores e animadores do canto. Conheço comunidades onde não tem mais nenhum jovem participando, porque não agüentam a ausência total daquilo que em tempos passados era o forte de qualquer celebração.

Transcrevo aqui um texto da Revista "O pão nosso de cada dia", do Padre Antonio José de Almeida, sobre Jo 2,11: “O começo dos sinais de Jesus é substituir a água insípida, incolor e inodora da Lei – que ordena, mas não dá a capacidade de cumprir – pela ebriedade  do vinho, que é o amor que Jesus vive e com o qual, pelo Espírito, ele veio nos contagiar. Se a alegria não for maior que o peso e a pena, ainda somos escravos da lei, não conhecemos o amor e o Espírito do Senhor não está em nós”.

Que tal se constasse como item bem importante da fase preparatória da Semana Missionária que a comunidade já tenha aprendido um novo jeito de celebrar, por ex. o jeito do Ofício Divino das Comunidades, com Abertura cantada, com Recordação da Vida, com o canto do Salmo, com a Leitura compreensível e partilhada, com vários ministérios assumidos por uma equipe maior e não pela EUquipe de um só animador?
Só assim poderíamos criar uma prevenção contra a volta ao “normal”, parecida com a “Volta à Grande Disciplina”, depois da euforia e imensa esperança despertada pelo Concílio Vaticano II.